O país celebra nesta quarta-feira (2) o Dia de Finados. Data de orações pelas pessoas que já morreram e uma forma de homenageá-las, mostrando que nunca serão esquecidas, principalmente pelos entes que fazem questão de visitar cemitérios e levar flores. 405y6e
O Dia de Finados acontece desde o século II, quando os cristãos começaram a rezar pelos falecidos, visitando túmulos de mártires. Já no século V, a Igreja estabeleceu uma data para a celebração. O 2 de novembro foi escolhido porque no dia 1º comemora-se ‘Todos os santos’.
Em artigo exclusivo publicado no site SSVPBRASIL, o padre Alexandre Nahass Franco (assessor Espiritual do Conselho Nacional do Brasil) explica que o mais importante na data é acreditar na ressurreição em Cristo.
Estimados confrades e consócias:
a certeza da ressurreição de Cristo seja a nossa força!
No dia 2 de novembro, celebramos de modo especial a memória dos nossos irmãos e irmãs já falecidos, rogando a Deus por eles. A liturgia deste dia realça a ressurreição e a vida, tendo como referência a própria ressurreição de Cristo. Embora sintamos a morte de alguém, acreditamos na vida eterna. Por isso, Santo Agostinho nos recomenda: “Saudade sim, tristeza não”.
Antonio Frederico Ozanam, numa carta a Falconnet do dia 31 de fevereiro de 1842, relata seus sentimentos pela perda de sua mãe. Mesmo com a ausência e a saudade, ele encontra as forças necessárias para dar sentido em sua vida: “Agora, já decorridos dois anos [de sua morte], e depois que o tempo dissipa os primeiros traços de uma imaginação perturbada, tenho sempre esta sensação. Há momentos de repentino estremecimento, como se estivesse a meu lado. Há, sobretudo, quando preciso dela ou necessito de horas de convívio maternal e filial. Então, choro talvez mais do que nos primeiros meses. Uma paz inefável mescla-se, porém, a essa melancolia. Quando me sinto melhor, quando faço algo pelos Pobres que tanto amou, quando, enfim, sinto-me em paz com Deus a quem serviu com tanto amor, parece-me que de longe ela sorri. Algumas vezes, ao orar, parece-me que escuto sua prece acompanhar a minha, como outrora fazíamos à noite ao pé do crucifixo”.
O Dia de Finados é marcado por três características bem significativas: é o dia da saudade; o dia de fazer memória e o dia de professar a fé na ressurreição. É o dia da saudade, pois nos faz recordar com carinho e sentir a ausência de quem foi presença em nossas vidas; ao mesmo tempo quando se sente falta da pessoa querida, trazemos no coração e na memória a presença da pessoa e das experiências vividas juntos. Mas a memória dos entes queridos que partiram é confortada pela nossa fé na ressurreição. Se a certeza da morte nos entristece, a promessa da ressurreição nos faz viver da esperança de que a morte não é o fim da vida, mas é a agem desta vida em movimento deste mundo para a vida na pátria definitiva.
Neste dia, somos convidados a viver nossa solidariedade espiritual rezando e fazendo memória de tantos entes queridos, vicentinos, assistidos e benfeitores da SSVP, já falecidos e que já contemplam a face amorosa de Deus na eternidade!
Diante do mistério da morte, mas sustentados pela fé na ressurreição, façamos nossas orações, iluminados pelas palavras de Santo Agostinho: “Não haja, pois, na oração muitas palavras, mas não falte muita súplica, se a intenção continuar ardente. Porque falar demais ao orar é tratar de coisa necessária com palavras supérfluas. Porém rogar muito é, com frequente e piedoso clamor do coração, bater à porta daquele a quem imploramos. Nesta questão, trata-se mais de gemidos do que de palavras, mais de chorar do que de falar. Porque ele põe nossas lágrimas diante de si (Sl 55,9),e nosso gemido não a despercebido (Sl 37,9) àquele que tudo criou pela Palavra e não precisa das palavras humanas”. Amém!
Para quem tem fé, a vida nunca tem fim!
Padre Alexandre Nahass Franco (Congregação da Missão-CM)
Assessor Espiritual do CNB