No Dia das Mães, preparamos para você uma história de amor. Daqueles que superam qualquer desafio, que emocionam quem conhece e vive, e que nos fazem entender o real significado da expressão “amor de mãe”. Ser mãe é uma dádiva de Deus — disso não temos dúvidas. E no caso da vicentina Magda Angelita Rossi Brante, essa dádiva ganhou um coração ainda maior. Mãe de oito filhos, sendo três biológicos e cinco adotivos, Magda escolheu viver o amor em sua forma mais pura e corajosa: o amor que acolhe, que estende os braços e o coração para além dos laços de sangue. Ser mãe de coração é, talvez, ser mãe em sua essência mais generosa — e Magda é prova viva disso. 1y3ca
Magda, hoje com 53 anos, é de Ubiratã/PR, e “desde que se lembra por gente, lá pelos cinco, seis anos, já queria ser mãe”. Casou-se cedo, aos 18 anos, com o Valdir Borges Brante, que na época tinha seus 26 anos. Os filhos logo vieram e o sonho de Magda se tornou realidade com o nascimento dos filhos Bruno (34 anos), Anny Karolina (30) e Daniel (26). A vontade de Magda era aumentar ainda mais a família, mas, dois anos depois do nascimento do caçula, ela teve que retirar o útero por um problema de saúde.

Mãe atenciosa, carinhosa e, ao mesmo tempo, enérgica, Magda criou seus filhos dentro dos princípios da Igreja. Mas o desejo de aumentar a prole não ava e ela ou a conversar com o marido Valdir sobre a adoção. Nada muito definitivo, tudo era apenas uma ideia abstrata até que em 14 de junho de 2011, uma amiga do Conselho Tutelar da cidade, sem saber da sua vontade de aumentar a família, entrou em contato com um pedido inusitado: “Magda, você pode cuidar de uma bebê por uns dias, até acharmos um lar?”
Ela tinha até às 18 horas para responder. Com o marido viajando a trabalho, ficou sem saber o que fazer. Incentivada pela filha Anny Karolina foi até lá e ali as mãos de Deus agiram. Ao olhar para a pequena Ingridy Monique, de apenas 11 meses, empacotada num coberto rosinha, com gripe e olhinhos brilhantes e pegou no colo e não desgrudou mais. A filha Anny a encorajou a levar a pequena para casa e assim foi feito. Naquele momento, criou-se um laço materno que não se não poderia mais ser desfeito.
Quando o marido chegou em casa, lá estava a pequena Ingridy, dormindo. Ele simplesmente perguntou: o que faremos? A resposta do casal foi a mais simples e determinada: cuidaremos dela. E com dois dias, Magda entendeu que já era mãe de Ingridy e o casal, após conversar com os filhos que já eram grandes, deu entrada no processo de adoção. A família agora estava completa. Filhos biológicos e a filha de coração preenchiam o coração da super mãe, que fazia questão de acompanhar todos, independente da idade, da fase da vida.
Mas quiseram novamente o destino e Deus que Magda doasse ainda mais o amor de mãe, que com certeza tem de sobra. Em fevereiro de 2024, a família voltou a aumentar, com a chegada agora de quatro novas crianças: os gêmeos Larissa e Samuel (que completam 13 anos hoje), Nilson (11 anos) e Sarah Emanuelli (6 anos). Os irmãos são na verdade seus sobrinhos, que enfrentaram problemas familiares e acabaram na Casa Lar da cidade. Sendo conhecida pelo Conselho Tutelar e familiar das crianças, Magda foi procurada novamente e topou mais uma vez acolher os pequenos, obtendo a guarda dos quatro.
Hoje, os filhos mais velhos de Magda, Bruno e Anny Karolina já são casados e não moram mais com ela e o marido. Mas os outros seis fazem da rotina da super mãe uma vida “completa”, como ela mesma gosta de falar.
Os desafios de criar oito filhos de idades tão diferentes, perfis e personalidades distintas e em fases diferentes da vida foram e são muitos ainda. Mas ela os supera, um a um, ao lado do marido. “Não seria capaz se o Valdir não fosse tão maravilhoso e magnífico. Ele nunca disse não para as minhas escolhas, é um pai super presente com todos os oito. Não seria a mãe que eu sou, se não fosse por ele”, define.
E que mãe Magda é… Ela faz questão de contar que não é boazinha. “Desde o primeiro filho, sou exigente, aqui eles têm hora para estudar, ajudam na casa, faço questão que vão à Igreja, na catequese, tenham vida religiosa, cobro mesmo. Os menores só usam celular para as tarefas da escola. O resto, é muita conversa e brincar! E eu brinco com eles de jogo da velha, dominó, jogo bola na rua”, conta, afirmando que a sua maior característica como mãe é a dedicação.
E como ela se dedica aos filhos! O dia na casa deles começa cedo, logo às 4h30 com o momento de oração dela, depois é ir preparar café, acompanhar o marido até a hora do trabalho, acordar as crianças, tomar café com todos, para depois ir para os afazares da casa, conferir as lições e o que mais for preciso. Às 10h20 começa a preparar o almoço enquanto Daniel já está trabalhando e os demais, fazendo seus afazeres em casa (ajudam com a organização, arrumação de camas, limpeza), assessorados pela mais velha de coração, Ingridy. É Ingridy que os arruma para a escola, ajuda a se trocar, escolhe as roupas e calçados e ainda os ensinou a fazer pulseirinhas de missanga, o maior hobbie da criançada por lá.
O almoço na família de Magda é sagrado. Com os super ões, os seis filhos e os pais se reúnem diariamente e ali, na mesa do almoço, que conversam sobre educação, religião, conselhos e trocas de experiências. “Não abrimos mão desses momentos. São muito importantes. É quando conseguimos conversar com os mais novos. Ser mãe é saber lidar com as diferenças de cada um deles, não posso usar a mesma medida na educação de nenhum dos oito, pois cada um deles tem um jeito de ser e é especial à sua maneira”, explica.
Magda se diz uma mãe completa com seus oito filhos e, ao ser perguntada sobre ser mãe de coração, que não é uma escolha fácil, convenhamos, ela é enfática! Muito emocionada, dispara: “Não tem explicação esse amor que sinto pelos cinco. É algo de Deus, é magnético. É o amor além do amor. Você ama ainda com mais intensidade, uma caridade maior. Amo tanto, que brinco que dou meu coração por eles. Para os biológicos também, mas costumo dizer que com eles é diferente. Não sei se é por saber do sofrimento que aram. Quando a gente escolhe ser mãe biológica, você deseja a gravidez, ama, espera. Agora eles, eles não tiveram isso. Saíram das suas famílias por motivos difíceis. Deus me confiou eles”, revela.

Sobre seus desejos para o futuro e os oito filhos, ela afirma: “Não sei do futuro, mas o hoje para mim basta. Meu maior desejo é que eles não saiam da linha de Deus e que eu os encontre no céu quando for a hora. Daí terei a certeza de que fui uma boa mãe. O que mais prezo neles é a espiritualidade, que sei que cria raízes profundas e dá galhos que crescem e dão flores e frutos. É isso que quero, ver esses galhos lá no alto. É para isso que vivo todo santo dia”, define.
Então, nesta data tão especial, celebremos o amor incondicional que transforma vidas. A história de Magda nos lembra que ser mãe vai muito além da biologia: é decisão, é entrega, é fé. E que, às vezes, o coração é capaz de gerar mais filhos do que o próprio ventre. Parabéns a todas as Mães hoje e sempre… As biológicas, as de coração, as que estão pertinho e as que já se foram