A Grande Família: fé, amor e união! 28k4v

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Da esquerda para a direita: o neto Gabriel, o filho Bruno, a nora Silmara, a filha Larissa, a mãe Magda, o pai Valdir, o filho Samuel (marrom), o filho Daniel (vermelho), a filha Ingridy, o genro Rodrigo. Na frente: filha Karol (grávida), p filho Nilson e a filha Emanuelly

Para comemorar o Dia da Família vamos dar sequência à história que contamos no Dia das Mães, agora vista pelo lado dos filhos e do marido! Então, se você não leu a matéria do último domingo, a sugestão é dar um tempinho, correr no link (/a-super-mae-uma-historia-de-amor-que-transcende-a-biologia/) e depois voltar aqui para ver este outro prisma da história… 6f6a5k

Uma família grande e numerosa era o sonho do casal Magda Angelita Rossi Brante e Valdir Borges, de Ubiratã/PR. Eles se casaram cedo: ela com 18 e ele com 26 anos. E logo os filhos vieram: Bruno (34 anos), Anny Karolina (30) e Daniel (26) completaram a família, mas a vontade de Magda era aumentá-la ainda mais. Contudo, dois anos após o nascimento de Daniel, Magda teve um problema de saúde e teve que retirar o útero, o que levou o casal a começar a falar sobre adoção.

A começar a falar. A adoção era um plano longínquo no pensamento do marido. Algo a ser feito com calma e muita prudência. Contudo, o destino – e Deus, como eles gostam de ressaltar- trouxe para a família a uma bebê de apenas 11 meses. A pequena Ingridy Monique estava precisando de um lar temporário e Magda foi com a filha Anny conhecer aquele serzinho empacotado num cobertor rosinha, com gripe e olhinhos brilhantes e pegou no colo e não desgrudou mais. A filha Anny a encorajou a levar a pequena para casa e assim foi feito. Sem falar com o marido, que estava viajando, ela tomou a decisão! Dias depois, a família, em conjunto resolveu adotar Indridy e assim foi feito!

Anos depois, os sobrinhos de Magda enfrentaram problemas familiares e foram parar na Casa Lar da cidade. E o casal orou e acabou acolhendo as quatro crianças: os gêmeos Larissa e Samuel (13 anos), Nilson (11 anos) e Sarah Emanuelli (6 anos). De quatro, aram a ser oito filhos!

Vamos fazer uma pausa agora e olhar essa mesma história pela visão de dois filhos biológicos, Bruno e Daniel, da filha de coração Ingridy, e do pai, Valdir!

Bruno

“Eu fui para a faculdade como um dia normal, e tava um zum zum zum  sobre a pequena, mas bem assim, por cima. Quando eu voltei, à meia noite, fui trombando em carrinho de nenê, roupinha. Era como se estivesse numa casa diferente. Entrei no quarto e dei de cara com ela deitadinha na cama. Ela tava toda gripada. Foi amor à primeira vista. Eu sai para estudar erámos cinco e voltei, já erámos seis. Fiquei surpreso, mas nunca tive rejeição! Ela sempre foi minha irmã! Sempre gostei de criança e, como mais velho, estava acostumado. Foi só questão de adaptar”, conta Bruno.

Sobre a chegada dos novos quatro irmãos, a situação era bem diferente, mas foi acolhida por Bruno com o mesmo amor. “Quando a gente soube, teve outro tipo de preocupação. Meus pais estão mais velhos, a casa não é tão grande assim, tem a questão financeira. O modo de ver é outro. Além disso, eu estava casado e meu filho para nascer. Deu até aquela preocupação do tipo: meus pais vão conseguir ser avós, curtir, com quatro crianças pequenas? Mas essas preocupações ficaram para trás. Eles são super avós e super pais. Conciliam tudo. E é ótimo ver os pequenos brincando com o meu filho, cuidando. Somos uma família muito feliz”, define.

Daniel

“Eu tinha 12 anos quando a Ingridy chegou. Foi uma surpresa e não sabia de assunto nenhum. Tinha ido dar aula de viola para um menino que tocava comigo e quando meu pai foi me pegar, contou que tinha uma surpresa. Cheguei em casa e vi ela no carrinho, ela me olhou, deu um sorrisão banguela, de xuxinha no cabelo,com as bochechas bem queimadas de frio. Ela estava muito feliz. Eu peguei ela e ela tinha cheiro de xarope de cebola com açúcar por causa da gripe. No segundo dia, eu já via ela como minha irmã, já sentia assim, que ela era nossa. Não lembro que ela é adotada. Isso nunca foi uma questão”, lembra com detalhes Daniel que até então era o caçula da família.

Já a chegada do quarteto não foi surpresa para Daniel, que trabalha na Assistência Social do município e já sabia do caso e alertou a família. “Eu sabia que a Casa Lar seria o destino mais provável deles. Então, quando a família se reuniu para tratar da questão, eu já tinha ciência que eles viriam para cá. E é muito bom ter criança aqui. Eu nunca tive um quarto só meu, primeiro, dividia com o Bruno, agora os armários deles ficam no meu. Então, eles entram de manhã, pedem licença para ascender a luz, tem essa coisa de irmão mesmo. A gente conversa bastante, eu monto cinema para eles e vemos filmes juntos, jogamos”, detalha.

Quando perguntado o que ele acha de ter uma família tão “diferente”, ele é enfático. “Essa é a minha família. Para mim é normal ter sete irmãos, ter irmãos biológicos e adotados. A gente se ama muito, tem os desentendimentos como qualquer família, mas somos felizes. Não vejo nada de diferente. Só meus amigos que assustam um pouco quando eu conto a nossa história”, conta ele que está noivo e pretende SIM ter filhos – quantos Deus mandar.

Ingridy

“Sei desde pequena que sou adotada e sou muito grata por isso. Eu não seria quem sou se não fosse pela minha família. Nunca me senti diferente e sempre fui muito acolhida e amada, amada de verdade, e por todos. Meus irmãos mais velhos me dão conselhos, brincam comigo, me ajudam. Recebi deles o melhor conselho da vida: ouvir e respeitar meus pais. Com a minha família vivo momentos incríveis, como meu aniversário de 13 anos, quando viajamos todos juntos para ir ao shopping comemorar. Essa é uma lembrança boa com todos, mas temos muitos momentos especiais”, relata a jovem Ingridy.

A chegada dos pequenos mexeu com algumas questões da adolescente, mas nada que não fosse superado. “Fiquei pensando como seria. Ter mais quatro aqui, pequenos, depois de tantos anos sendo a caçula. Mas a gente se adaptou como família. Ajudo no que posso, estou sempre com eles. A nossa família é como outra qualquer: muito amor, alguns problemas, mas a união sempre nos ajuda”, conta.

Valdir

“Meu casamento com a Magda é feito na base da união, um apoiando o outro, um ajudando o outro. A gente sempre falou em ter muitos filhos e quando ela precisou tirar o útero, falava de adoção. Mas falava. Um belo dia, cheguei em casa, depois de uma viagem de trabalho, e vi a Ingridy. Pensei, meu Deus do céu, o que vamos fazer? E de cara entendi o que ia acontecer. Depois, anos mais tarde, vieram os quatro. Novamente, deu um desespero. A gente  não é mais tão novo, poderíamos estar vivendo outra vida, mas Deus quis assim. Ele nos deu forças e vamos como família unidos. Falar que é fácil? Não é. Mas o amor e a união falam sempre mais alto”, conta o construtor Valdir.

Educar oito filhos não é fácil e Valdir sabe bem disso. São idades completamente diferentes, que necessitam de muita adaptação por parte dos pais. “O mundo hoje está bem diferente. Na época do meu mais velho, não existia celular, hoje é tudo tecnológico. A gente tenta manter eles o mais longe possível, usam para estudar, o resto é brincar mesmo. Conversamos muito com eles e não importa a idade. Os almoços são sempre em família e ali, na beira da mesa, conversamos sobre fé, educação, damos conselhos, falamos da vida. Toda quarta-feira e domingo, os mais velhos, que não moram mais aqui, vêm jantar. Daí vira uma alegria só. A casa sempre cheia”.

Valdir diz que não tem uma receita específica para criar oito filhos em situações tão diferentes, mas dá dica de ingredientes preciosos para fazer isso bem: “Primeiro, é Deus. Sem ele, não temos nada, não somos nada. Ele nos deu força para encararmos esses desafios das adoções e vai continuar sustentado e dando forças para eu trabalhar e seguir mantendo a nossa família. Depois é sermos exemplos de pais, o que também envolve Deus, porque se estamos preocupados em chegar perto Dele, teremos boas ações para mostrar. De que adiantaria eu mandar não fumar e não beber, se eu fizesse isso? Daí vem o amor e a união. Ser família é isso. Estar unido com amor, independente da situação e sempre disposto a ajudar e acompanhar o outro em suas decisões”, ensina.

Esses ingredientes foram ados para os filhos e Bruno garante que já os usa com sua família. “Com minha família aprendi muito e quero repetir com o meu filho as conversas à beira da mesa e poder ensiná-lo sobre a vida, como meus pais fizeram comigo”, afirma. 

A fé

A fé uma coisa importantíssima para a família Brante. O casal é vicentino há anos, as crianças – todas, biológicas ou de coração – foram e são criadas na Igreja. Bruno e Daniel tocam na Igreja, a Ingridy é Acólito e os gêmeos e Nilson são coroinhas.

É pela fé que a família se sustenta e pede ajuda nos momentos difíceis. Bruno e Daniel lembram que a família sempre faz a Novena de Santa Teresinha quando precisa tomar decisões importantes ou a por provação. Eles contam que recorreram à novena das Rosas antes de tomarem a decisão de aceitarem a guarda dos quatro novos irmãos. “A gente se propôs como família em fazer a novena e, se recebêssemos a rosa, seria uma confirmação do SIM para este desafio de acolher as crianças. Na falta de uma rosa, recebemos quatro – uma para cada criança. Quer sinal maior de Deus?”, recordam.

E com fé, união e muito amor e compreensão, a família Brante segue comemorando as vitórias diárias e a “sorte” de estarem juntos.

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